Nós, os seres humanos, fugimos frequentemente da realidade pela via das drogas lícitas ou ilícitas, das lendas e mitos que enfumaçam o entendimento pela via do sonho, que temos como realizado no mundo material ou espiritual, pelo enlevo da paixão do amor, amizades, filmes e livros, viagens, etc. Fugimos para o mais distante possível de nós mesmos, como se víssemos uma assombração medonha.
Às vezes tentamos existir, mas é só por um momento, fugidio, tênue.
Essa fuga em desabalada correria descabelada pela noite, na mão ou no colo do sonho, ou na vigília, é o que nos mantém vivos, que evita o gosto pelo suicídio, do tédio, da angústia e das frustrações cotidianas que enfrentamos em casa, no amor, no trabalho, no transcurso da vida, enfim. Isso ocorre com as pessoas comuns, que não podem viver livres das amarras econômicas, amorosas, que jamais sequer poderão ver e muito menos dirigir uma Ferrari, ser famosos, ricos, belos, inteligentes, enfim, afortunados em tudo : é a felicidade apregoada por Aristóteles, o filósofo, em sua obra "Ética a Nicômaco", seu filho.
Logo, como não podemos viver essas vida ou a vida como deveria ser para todos, mas que é somente para alguns poucos privilegiados, sonhamos; e nesses sonhos vivemos essas vidas, a vida mesma, ou vivemos por transferência nos ídolos, nos milionários, nos escritores e artista e esportistas ricos e célebres, nos milionários que colecionamos dentro de nós.
Essas transferências se dá com a religião, que promete uma vida feliz e eterna no paraíso depois da morte e desta vida ignóbil que somos coagidos por lei a levar para que outros tenham vida, plena, milionária e abundante, ou ainda, no fanatismo por algum time de futebol do coração, uma mulher amada, filhos, emprego, etc.
Por vezes imaginamos ser; porém é só por um instante, que insta em passar, evadir : somos a fuga.
Fugimos de nós porque a vida para nós é ruim, não temos o direito de vivê-la e sim somente o dever de sustentar na base da pirâmide a vida gloriosa dos astros do esporte, religião (papas e pastores e outros políticos poderosos, donos do mundo e das pessoas que os servem como se fossem a Cristo), das pessoas idolatradas e independentes em geral, aquelas poucas criaturas, os poucos deuses que não precisam fugir de si e deste mundo social cruel porque o mundo é deles e eles são o mundo. Eles vivem o conto de fadas que apenas podemos assistir impotentes.
Vivemos esquecidos de nós, longe de nós, em outros corpos, em outras vidas, tecendo sonhos de outros em xales, vestidos, sapatos, iates de luxo, helicópteros, jatos, caros : Ferrari, Marcedes Benz, Jaguar. Não podemos lembrar quem somos, que a memória dói, a vida dói, ficamos dodói, melancólicos, a um passo do precipício, do suicídio, do cigarro que nos chama pelos rolos espiralados da fumaça, do amor que não foi ou que se foi para sempre como se nunca existisse.
A cerveja molhando os caminhos tortos da noite dos bêbados, a noite de sapatos pretos, túnica negra, óculos escuros, a noite por toda parte, maculando o chão onde estrelas pingam, gota a gota de luz, goteiras de luz ; o cigarro que nos convida a olhar para o céu, quase em paz, em paz de ébrio, tonto, tolo, quase bronco.Evasão. Poemas de Carlos Drumond de Andrade cantando, embalando a musa do tédio, do asco, do asno, da solidão de violão,levando-se da poeira do monte de signos que a soterra como o bastão ou o cajado de Moisés no deserto se levantou se serpente .Evasão.
Fugimos correndo para Deus, Cristo, Buda, Maomé, ou o diabo, o diabo a quatro de chifre e rabo e outros espíritos de esquecimento, outros lenitivos. Não sabemos onde estamos, perdidos de corpo e alma, corpo perdido, sem cabeça, cavaleiro sem cabeça da lenda, agora sobre uma moto veloz, com o capacete no que fora cabeça, cavaleiro medieval, templário, desgarrado do tempo, surgindo de chofre de dentro de um torneio medieval.Evasão.
As fugas de Bach, as tocadas de Bach, as fugas da prisão, as fugas da religião, dos ateísmos, das filosofias : todas fugas de nós, de nossa vida atribulada, do pesadelo.
Esquecidos há tempos de nós, sequer nos lembramos quem somos e já nem somos para poder continuar sobrevivendo , que é o que resta. Evasão.
Eu preciso esquecer de mim antes que me enlouqueça, antes que me mate sem beber cerveja sob lua!!! Tenho que fugir do inferno, que sou eu pegando fogo!!!!
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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